As fissuras que ocorrem logo após o lançamento, com maior incidência em lajes ou pisos, são provenientes de diversas causas. A principal delas é a retração plástica, que ocorre devido a tensões de tração provocadas pela perda excessiva e precoce da água por evaporação. Esse fenômeno é potencializado quando a concretagem é feita em tempo quente, com vento, com baixa umidade relativa do ar, com superfície desprotegida do sol e usando concreto com quantidade de água muito elevada (slump test acima do especificado). As fissuras também ocorrem onde a camada de concreto tem pouca espessura e as tensões de tração não são absorvidas pela armadura ou por elementos incorporados à massa como fibras de aço, polipropileno ou nylon. Para evitar que ocorram fissuras, é fundamental o procedimento de “cura” com aspersão de água, ou outro procedimento que evite a perda excessiva da água.
Outro tipo de fissura que ocorre ainda no estado plástico são as decorrentes da acomodação plástica. Um exemplo ocorre quando concretamos, numa mesma etapa, pilares, vigas e lajes. No topo dos pilares ocorrem fissuras horizontais que são decorrentes da acomodação plástica do concreto contido no pilar e que não é acompanhada pelo concreto das vigas e lajes. Esse fenômeno é comum e pode ser evitado realizando a concretagem dos pilares separadamente ou fazendo a revibração antes do endurecimento.
As fissuras estruturais ocorrem após o endurecimento do concreto e também possuem diversas causas, normalmente relacionadas ao carregamento estrutural, dimensionamento e execução das peças, assim como da solicitação antecipada quando o escoramento é retirado precocemente.